Previsão é da Abeeólica, responsável pelo setor; BNDES aprovou R$ 907 milhões em financiamentos
No Brasil há 890 parques eólicos, responsáveis por transformar a energia dos ventos em energia útil. Estão instalados em 12 Estados no País. Juntos, somam 25,04 gigawatts (GW) de capacidade instalada em operação comercial. Para se ter ideia, essa quantidade é capaz de beneficiar cerca de 109 milhões de habitantes. Em outra comparação, existem no planeta 743 GW de capacidade de energia eólica, o que auxilia no impedimento de 1,1 bilhão de toneladas de CO² na atmosfera, o que equivale à emissão por ano de carbono de toda América do Sul.
E a expectativa é a de que haja novo recorde na geração desse tipo de energia. Nessa segunda-feira (3), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou R$ 907 milhões em financiamentos para implantação de quatro parques eólicos no Rio Grande do Norte, com capacidade instalada total de 202,5 MW (megawatts). Os empreendimentos formarão o Complexo Eólico Umari, localizado nos municípios de Monte das Gameleiras, São José do Campestre e Serra de São Bento. A previsão é que o complexo entre em operação em agosto de 2024.
De acordo com o portal do BNDES, a estimativa da Casa dos Ventos, responsável pelos empreendimentos, é a de que a geração de energia decorrente do projeto será suficiente para atender cerca de 500 mil domicílios. Por se tratar de fonte renovável e limpa, também deve contribuir para redução de emissões de gases de efeito estufa. A energia gerada do Complexo Eólico Umari evitaria a emissão de cerca de 522 mil toneladas de CO² por ano, o que seria equivalente a aproximadamente 2,4 milhões de árvores plantadas.
Desde 2021 o Brasil ocupa a sexta colocação em ranking mundial em capacidade instalada de energia captada do vento. China e Estados Unidos lideram o ranking, seguidos por, respectivamente, Alemanha, Índia, Espanha, Reino Unido e França. O Brasil está à frente de nações como Canadá e Itália.
À medida em que os países tentam cumprir metas climáticas estabelecidas nas diversas reuniões globais sobre o clima, a mudança para energias renováveis acaba virando tendência que deve alcançar a maioria das nações ao redor do globo. Responsável pelo setor no Brasil, a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) informa que até 2028 o País deve ter 44,78 GW de capacidade instalada desse tipo de energia, que tem 13,2% de participação na matriz nacional atualmente. A eólica responde hoje por 20% da geração de energia que o País precisa. Do total de energia eólica gerada em terras tupiniquins, 85% estão concentradas na região Nordeste.
Em 2022, o setor bateu recorde de 4 GW instalados e, para este ano, a Abeeólica espera superar esse número. “Encerrando 2023, estaremos com 29 GW de capacidade instalada. Essa é a nossa previsão em termos de potência, e isso é superior a R$ 28 bilhões, porque cada gigawatt de eólica instalada é da ordem de R$ 7 bilhões”, disse ao portal Agência Brasil a presidente executiva da instituição, Elbia Gannoum.
INVESTIMENTOS
O setor eólico no Brasil recebeu investimentos na casa dos US$ 35,8 bilhões entre 2011 e 2020. Essas cifras movimentaram R$ 321 bilhões na economia no País. Desse montante, R$ 110,5 bilhões tiveram como destino investimentos diretos na construção de parques eólicos. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica, para cada megawatt instalado, são criados 10,7 empregos. Nesse mesmo período (2011 a 2020) foram criadas aproximadamente 190 mil vagas de trabalho nesse segmento.
O BNDES é o responsável, desde 2005, pelo financiamento de R$ 52,170 bilhões a 130 dos 890 parques eólicos instalados no Brasil, perfazendo um total de 18.654 MW.
Aloizio Mercadante, presidente da instituição bancária, declarou ao portal BNDES que, diante do cenário atual de mudanças climáticas e catástrofe ambiental, o Brasil tem condição de liderar o processo mundial de transição energética para uma base limpa, renovável e sustentável, onde a energia eólica tem importante papel.
Legenda da foto: Brasil comporta 890 parques eólicos, instalados em 12 Estados
Crédito da foto: Agência Brasil/Ari Versiani/PAC